quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Boliviano

Eu sempre andei em caminhos errados,
mas encontrava uma chegada, sem os atalhos.
Desejava o impossível,
pois achava mais fácil de se realizar.
Eu que errava o certo,
com medo de acertar as coisas erradas.
Fui mau, tô mal.
Assim escrevia poesias sem rimas,
e falava sobre Deus.
Eu sou salgado, e apimentado;
com pingos doces por cima,
Boliviano de padaria.
Tinha preço, e me achava caro,
vendia, e doava, sentimentos.
Não sei o que é mútuo,
Não sou erudito, e leio pensamentos.
Cansei de bolar planos,
e de cobiçar a mulher do próximo.
Eu peco, e peço.
Eu que me descobrir em um espelho,
que tenho medo do fundo.
Eu e a menina dos teus olhos, casal, parceiros.
Sou assim,
vivo em minha paz triste,
cheio de doce, em uma pessoa salgada.
Boliviano de padaria.
Trocava mas por mais,
E não sabia pedir menos.
Eu que sempre fui um egoísta escondido,
que desejava a morte dos inimigos.
Eu que sempre tive poucos amigos.
E a minha língua que só eu entendia,
meus versos, minhas cifras.
Meus erros de português,
minhas falhas humanas;
Salgado por melancolia.


As vezes uma máscara é fundamental para um belo carnaval.