segunda-feira, 17 de outubro de 2011

tato

às vezes eu coloco minha mão sobre o papel, e com o lápis tento delinear a sua forma.
Depois retiro. Mas não fica lá a minha mão.
Só uma impressão - nunca exata.

Qual será a impressão de minha mão em teu corpo?




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sábado, 15 de outubro de 2011

Cosmos. Os corpos tentavam se encontrar na sombra que a multidão de pessoas faziam, sem que um dos lados percebesse – se é que isto seja possível, tentaram. Até o começo de um outro dia, talvez na agitada folhas das árvores, um tocasse a mão do outro, sem que um dos lados percebesse – e isto não é mesmo possível. Tentaram.

Se perguntassem sobre um primeiro beijo, diriam que veio dela, até porque nisto ele é tímido. Em iniciativas? Não. Então no amor? Não sei... Até porque se perguntassem sobre a iniciativa diriam que veio dele, pois ele quem escrevia o primeiro parágrafo até desenvolver essas histórias loucas.


Talvez, enquanto todos dançavam na rota terrestre, tenha sido ele mesmo que com muito cuidado tenha aproximado sua mão de uma outra no escuro, esperando silenciosamente que fosse a dela. E foi? Não sei. Primeiro só se houve o contato, sem carícias. Mas se alguém conseguisse enxergar no escuro diriam que uma das mãos havia depositado amor na outra. Mesmo que depois do primeiro parágrafo não houvesse mais histórias, uma mão havia escrito o significado do ato. Do dicionário, s. m. 1. Sentimento que induz a aproximar, a proteger ou a conservar a pessoa pela qual se sente afeição ou atracão.