segunda-feira, 4 de agosto de 2014

um grito em nossos templos



as rugas tomam nossos jovens olhos com a mesma força que o vento consegue produzir ondas no mar. atotô, obaluaê! temos no rosto todas as manhãs de segunda-feira e o corpo coberto de chagas. Vago no caminho escuro, encontro-te. Esbarramos é o verbo que o tempo utilizará pra contar a nossa história.

Tento manter-te aqui, quieta. Nosso silêncio aniquila o passado. Como se não houvesse mais nada, além do nosso reflexo no espelho do teto, que me revela uma imagem divina e secreta: somos animais.

a cabeça do carneiro em meu colo, me conta histórias de amor, com leve alteração de voz, que me faz estremecer. um grito em nossos templos.