sábado, 8 de junho de 2013

Cortei o pedaço das águas sobre a folha e construí o orvalho onde repousaríamos. Você colocou a cabeça em meus ombros e com uma voz triste trouxe uma história que anexei em meu larousse para traduzir qualquer sentimento que ainda não houvesse nomes. Deste dia ainda tenho a foto do céu, e nela consigo ver o final do universo, ainda desfocado. Encontrei-a outro dia, dentro do livro que havia levado na ocasião caso ficássemos em silêncio e isso nos constrangesse. Desde a descoberta, comecei a entender o sentido de tua história, ou de qualquer história, antes do sentido. Nelas apenas há vida.

Quando o vento bate sobre os coqueiros ao lado de minha casa penso que é chuva. O barulho, aos meus ouvidos, é o mesmo. As folhas dançam umas com as outras como os pingos de água batem no chão. Recordo-me disto para lembrar que também sou passível aos erros. Agora eu me lembro, naquele dia, tua voz era apenas tristeza ou havia dengo? Existe em toda tristeza uma parte de carência?