sexta-feira, 16 de abril de 2010

enviar-se

Meu caro desconhecido (se ainda assim posso te chamar),

Escrevo desta vez para falar de mim - é que quando te vi caminhando sozinho nesta cidade, que parece te jogar contra todo cinza, contrastando com a vibração das cores de teus defeitos, pude ver um raio de sol que atravessava teu cabelo, ressaltando um laranja, que para mim eram apenas minhas lembranças.
Parece que as poças d'agua, ainda nas ruas, servem para nos lembrar do passado, do ontem. E em meio ao gradiente que me apresentaram, pareço que ainda eu sou o estranho. Os meus olhos já não dizem nada e as palavras são perdidas por outras. Conheço-me muito menos que ti, não sei me expressar, senão por borrões de nanquim - que depois dou vida com aquarela.
Espero te encontrar e me perder mais um pouco.


J. Lordello

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