terça-feira, 6 de julho de 2010

_fuga

Hoje acordei com vontade de fumar e escrever. De fato ambos nunca me perteceram, nunca os soube tragar, a nicotina e a palavra nunca habitaram meu corpo - se não por um alguns minutos. Sempre me entreguei aos rémedios sem bula, como se de algum modo eles pudessem curar a ferida mais profunda tão rapidamente e sem dor.
E mesmo que tão incompleto, arriscar-se em um campo desconhecido é seguro e confortável. Então, sem preocupação com os erros, acendi, traguei e os primeiros versos tortos me fizeram tossir.
Sei que de nenhum modo esses pequenos rituais caberiam em mim.
Até o anoitecer a última partícula de nicotina perderia-se no vento,
a útlima palavra esmagada perderia-se no meu sono.
E novos dias viriam, novas vontades, as mesmas dores e a grande sensação estrangeira de poder fugir.

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