sexta-feira, 29 de outubro de 2010

O peso da história.

(ou Uma história quase concreta)

Há poucos dias eu contei a história do mundo que virou pedra.
Foi uma história espontânea, única, perdida num escuro insosso e parada no silêncio do sono. Quando acabei de contar quase virei uma pedra. Meu deus, porque somos tão pesados?
Minha cabeça agora é uma das pedras sem cor. Mas pedras são eternas - se isto me confortasse...
Atrevo-me futuramente escrever tal história aqui, ou parte dela que se tornou concreta, como as pedras.
E este mundo tão grande, neste eterno desenrolar de horas, será que o que eu conto não é uma, de todo o conjunto, das verdades?
Meu deus! Que minha imaginação jamais faça parte deste mundo. Que eu saiba seguir o imaginário, sem que ele me siga.
Hoje, antes de dormir, contarei para mim o desfecho da história, pois histórias precisam de finais para serem eternas.
Precisam ser pedras.

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