quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Para entrar na água, deve olhar a lua entre as estrelas.


Tenho pra mim que se este grande mar segue os princípios da luz do sol sobre a lua, a força que os três exercem em mim, me divide em mil fases. Devo tê-los conhecido em lua nova. Ou ainda era lua cheia? Talvez. O mar tranquilamente violento batia ao canto de nossas camas molhando os seis pés.  Água mole, gente dura, aconteceu. De manhã restou apenas nós dois e ela ainda segurava minha mão. As ondas haviam levado nossas roupas, nossas vergonhas e todos os outros. O mar deixou apenas o seu movimento em nosso corpo. E quem conhece o balanço do mar, a Terra sempre parece parada.

Não adianta muito bem seguir, disse-me. Você parece estar apaixonado. Os ponteiros do relógio seguem aquela direção, mas nunca foram setas pra se orientar. E foi assim que mais uma noite veio e continuávamos dormindo.

Não poderia deixar de notar que a terra jogava sua sombra sobre a lua aquela noite. Eram trezentos e sessenta e cinco dias seu ciclo ao redor do sol. E em cada ciclo, em cada manhã, quando o sol mais uma vez nascesse, não saberíamos qual lado do sol enxergávamos. Nem há diferença – qualquer lado é uma bola imensa de luz, que ilumina, mas também cega. Então, pra onde olhar?

Disse ao marinheiro: Para entrar na água, deve olhar a lua entre as estrelas.



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