sexta-feira, 8 de maio de 2009
Colheitas.
Meu coração declama um belo poema.
Um poema meu, que nunca será escrito. Poema egoísta em si, que não se cansa de versos e recortes.
Passo horas e horas cantando e tentando escrever esta linda obra.
Mas é maior que eu - e cabe em mim. Maior que as palavras.
De fato, a grande obra é nossa imaginação. Seria injusto eu escrever este poema, sem deixar que nada escape, ou que o Mundo nos acrescente. O que imaginamos e sentimos é muito maior.
É preciso dicionários e tablaturas para que tudo se torne legível. Enganaria a você caso mostrasse meus versos cheio de onomatopéias de dores e gozos.
Agora não estou mais preso a estrofes, e escuto o poeta dentro de mim declamar bem baixinho em minha solidão. Meu coração declama um belo poema - Que talvez você já mais irá conhecer. Desculpe.
Não posso esconder palavras e números aqui. Hoje eu vou rir e chorar horrores de minhas piadas , de meus filmes, de meus sonhos que nunca foram escritos por falta de espaço. Não estou os velando. Também sou papel. Também sou livro. Leia-me.
Chegue mais perto, escute.
Este é o poema. Meu coração o declama.
É tempo de colheita.
Viaje através de mim por nossos sonhos, cada vez mais cantados.
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2 comentários:
É mais que difícil ler um livro fechado. Mas obrigado por compartilhar conosco algumas páginas do seu prefácio.
'coitados daqueles que te pegam
na estante e sequer leem a primeira
página. que pecado; tu é um best seller!'
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