segunda-feira, 15 de agosto de 2011

gênesis



Diário das folhas amarelas,

Volto a escrever aqui por tua causa. Não me aconteceu nada de especial que eu possa compartilhar.
Mas é que tuas folhas amarelas lembram-me tanto o meu amor. Sabia que ela quem te fez?
É, como uma deusa, e no sétimo dia você estava pronto.
Cortou folhinha por folhinha com todo carinho.
Por isso só escrevo coisas boas aqui. Só cabe o amor. Nunca exprimi minha raiva nestas páginas. Dói-me. Não posso destruir algo feito com tanto amor.
Sinto tanto a Falta… Mas tanto, que começo a confundir as lembranças com os sonhos. Outro dia lembrei dela em um carro colocando as mãos para fora, enquanto o vento dançava entre seus dedos, e depois ela, timidamente sensual, colocava o corpo, da cintura para cima, para fora do veículo como se quisesse apanhar algo no céu, como alguém que experimenta a liberdade… Como se quisesse apanhar mais estrelas amarelas para fazer folhas onde conto meus sonhos.
Era alto. Mas ela alcançava.
E eu sempre a sigo.
Pois sei que tudo seria diferente sem ela.
Sei que ela me ver como o maior dos seres já criados por ela própria. E isto me faz bem. Pois é só com ela que me torno grande, que alcanço estrelas…
Outro dia, naquele silêncio noturno onde surgem pensamentos sem razão, tentei imaginar o passado, antes de a conhecer… E se fosse tudo diferente?... É doloroso. Não posso imaginar. Houve o big-bang, houveram os deuses, houve o sétimo dia e então aconteceu. Aconteceu. E agradeço. E valorizo. E amo. E escrevo. E existem as folhas amarelas e muitas histórias…

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