terça-feira, 8 de julho de 2014

tratos

o trator passa entre a plantação. No vazio que fica, catamos sementes que ferem nossos olhos. Por isso devemos manter fechados. Com um gesto desconcertado, entendemos que é preciso apagar a luz, esperar a noite, trazer outra cerveja, escrever correspondência, cozinhar. E todos os corpos vão se conhecendo através destes gestos tortos, profundos, úmidos e eretos.

Meio-dia nossas cabeças repousavam já no gramado seco. Alguém disse que parecia um quadro de Van Gogh. Não escondi o riso com a referência. Talvez esta memória seja apenas um livro de trezentos e oitenta e sete páginas, não muito difícil de encontrar em qualquer livraria, mas nunca um best-seller, que para um iniciante, pareça cansativo demais folheia-lo.

poderíamos juntar, tirar umas letras, esticar as palavras e ter um poema. Afinal, nem sempre o campo está para colheita, temos os dias de plantações e irrigação. Se por um lado, é só depois da fruta mordida que a semente cai ao chão... Esperar.

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