
Segurar o sol.
Não é fácil... é quente e pesado. Mas é excitante e gostoso, a luz forte nos envolve, e brincamos com aquela bola de fogo.
Até que cansamos.
E o sol caí, se põe, e fica em pedaços pelo chão.
Cacos de vidros brilhantes.
Chega a noite.
24 de maio. É como se eu tivesse ido 'do céu ao inferno' em frações de segundos. Após derrubar o sol no chão, tive que apoiar a lua, e dessa vez sem mãos que me ajudasse.
Entre tanto fala-fala, encontro e reencontro das almas expressa por músicas e ditados.
Era a saudade morta em abraços e feridas.
Era o fim, a despedida, o adeus.
Brincamos com o o sol, porque não brincávamos com o amor.
Na volta, me falaram sobre a metáfora, inventada na hora, do livro.
- 'Já era hora de dar um ponto parágrafo ou fecha-ló?'
- 'Você pode fechar o livro, e escrever outro com o mesmo título'
Mas era o medo de fechar o livro e manchar tudo com a tinta ainda fresca.
Era a saudade.
Era uma criança tentando escrever.
E escrevi, sem medo de errar.