quinta-feira, 24 de abril de 2008

Uma carta ao número 08041990-0031

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Meu caro desconhecido,

Há muito tempo não te escrevo, mas é apenas porque hoje eu possuo quatro mãos, o que me atrapalha ao te escrever.
Hoje eu decidir usar meu verdadeiro nome, e te falar que sinto saudade de tua falso-presença enquanto conversava comigo e só. O que foi mais dícil para mim, foi aprender a escrever uma carta para duas pessoas. Mas minha preguiça e minha falta de usura, me ensinou a gastar duas folhas.
Naquele dia que eu enterrei o amor na praia, junto com meus amigos, 'o amor que era representado por uma pedra vermelha que pouco me importa o nome' ao lado de cinzas de cigarro, eu estava engando. Estava enterrando uma pessoa viva, o que fez de mim um fraco.
Amigo desconhecido, me sinto fraco ao ter que abrir aquele túmulo, mas foi inevitavél, ou impossivél. Aquele sol, e o rivotril que molhou minhas calças, me deixou uma criança, como você. Eu poderia brincar de fazer castelinhos na areia, antes de enterrar nela minha felicidade.
Desculpa te perguntar tantas coisas em minha carta, e nem te da o direito de resposta. Mas com você, eu queria falar só de mim. Desculpe meu egoísmo.
Dias atrás eu escrevi um texto, e gostaria muito que você pudesse ler.
Queria poder te contar todas minhas mudanças, o acréscimo de alguns anos me amadureceu e levou algumas lembranças. Parei de tratar as pessoas com metáforas ainda utilizando pseudônimos.
Te espero. Venha assitir A Noiva Cadavér, você vai adorar a morte representada por cores.


Abraços,
de seu amigo Junior.

2 comentários:

Polly disse...

a Morte em cores de tons azuis!?


Adorrrooo! (Emoticon da Brit*)

Beija-Flor disse...

'Amigo desconhecido, me sinto fraco ao ter que abrir aquele túmulo, mas foi inevitavél, ou impossivél.'

revirar e voltar doi.